quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Conto

Porém, esse simples gesto meu produziu um resultado totalmente inesperado. Quando ajeitei a luz vi algo se mover bruscamente em direção à porta, mas não ouvi ruídos e nem vi a porta se abrir ou fechar; fiquei assustado com o acontecido e pensei em acordar meu criado para que ele procurasse o que ou quem se movimentara ou ( dependendo da situação ) para irmos embora. Logo após concluir esse pensamento percebi que eu estava sendo tolo e que devia estar delirando por causa dos ferimentos e do cansaço. Resolvi que já estava na hora de dormir e não demorei muito para conseguir adormecer.
De repente, senti um afago na cabeça como os que minha mãe fazia quando eu era criança; no começo o afago me fez sentir bem e eu fiquei ainda mais sonolento, depois ouvi uma voz ( muito suave ) e percebi que o dono ou melhor a dona da voz falava com alguém. Acordei muito assustado e logo descobri quem afagava minha cabeça: era um gato, e já me preparava para dormir novamente quando notei que Pedro não estava mais no quarto.
Levantei-me com muito sacrifício e fui à procura de Pedro, o gato foi comigo e ao chegar ao hall me deparei com o corpo de uma dama de pele muito clara e cabelos lisos, longos e muito escuros sobre o corpo de um homem e Pedro estava ao lado, com as mãos ensanguentadas; amulher lançou-me um olhar choroso, me aproximei... e só lembro de ter sido encontrado ao amanhecer, por um casal de jovens, ajoelhado ao lado do corpo de Pedro; sem gato, sem dama ou mesmo o outro corpo.

Amanda Rangel